A imobilização e o transporte de pacientes traumatizados são etapas críticas no atendimento pré-hospitalar (APH). A escolha do método e dos dispositivos utilizados deve levar em consideração a biomecânica do trauma, a condição clínica do paciente e a segurança tanto da vítima quanto dos socorristas.
Dois dos principais equipamentos utilizados nesses casos são a prancha rígida e a maca retrátil, que oferecem suporte e estabilidade para minimizar os riscos de agravamento das lesões. A correta utilização desses dispositivos exige conhecimento técnico e aplicação de princípios ergonômicos, garantindo que o paciente seja transportado com o mínimo de movimentação e que os socorristas preservem sua integridade física.
A prancha rígida é um dos equipamentos mais comuns no APH e é utilizada para a imobilização de pacientes que sofreram traumas significativos, principalmente quando há suspeita de lesão na coluna vertebral. No entanto, seu uso deve ser criterioso, pois a permanência prolongada na prancha pode causar desconforto e lesões secundárias.
Os principais princípios da imobilização na prancha rígida incluem:
A prancha rígida não deve ser utilizada indiscriminadamente para qualquer vítima de trauma. Em muitos casos, sua indicação deve ser baseada em protocolos estabelecidos, como o NEXUS Criteria e a Canadian C-Spine Rule, que ajudam a determinar a necessidade real da imobilização espinhal.
Apesar de ser um equipamento essencial no APH, a prancha rígida tem suas limitações e desvantagens. O desconforto prolongado e a possibilidade de lesões por pressão tornam seu uso prolongado desaconselhável. Assim, algumas preferências podem ser aplicadas no seu uso:
A decisão de usar ou não a prancha rígida deve ser individualizada e baseada na avaliação primária do paciente.
A maca retrátil é amplamente utilizada no APH para o transporte seguro de pacientes que não necessitam de imobilização espinhal rígida, mas que ainda assim precisam de suporte durante o deslocamento. Esse equipamento permite uma abordagem mais ergonômica, reduzindo a sobrecarga sobre os socorristas e facilitando o carregamento da vítima para dentro da ambulância.
O transporte de pacientes, especialmente em emergências, pode representar um risco significativo de lesões para os socorristas, devido ao peso elevado e às posturas inadequadas adotadas durante o levantamento. Para evitar problemas musculoesqueléticos, algumas diretrizes devem ser seguidas:
O uso correto da maca retrátil facilita o transporte e reduz a fadiga dos profissionais, garantindo um atendimento mais eficiente e seguro.
A biomecânica do trauma está diretamente relacionada à forma como a energia do impacto afeta o corpo humano e como isso deve influenciar a escolha da técnica de transporte e imobilização. A movimentação inadequada de um paciente traumatizado pode agravar lesões internas, fraturas instáveis e lesões neurológicas.
O conhecimento da biomecânica do trauma ajuda na escolha do melhor método de transporte, reduzindo o risco de agravar lesões existentes.
A escolha entre prancha rígida e maca retrátil deve ser baseada na avaliação inicial do paciente e no mecanismo do trauma.
O domínio dessas técnicas garante que cada paciente seja transportado com segurança e eficiência, promovendo um atendimento pré-hospitalar de alta qualidade.